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quarta-feira, 19 de maio de 2010

03. ASPECTOS GEOGRÁFICOS DO ESTADO

O Território Federal de Rondônia foi constituído por áreas desmembradas dos Estados do Amazonas e Mato Grosso, com uma superfície de 238.378 Km², situado na Amazônia Ocidental, ao Sul da Região Norte e a Nordeste do Estado do Mato Grosso e ao Sul do Amazonas, limitando-se com dois citados Estados e com o Estado do Acre e com a República da Bolívia, inteiramente dentro dos trópicos. Esta superfície, limites e confrontações foram mantidos, ao ser elevado à condição do estado.


Em superfície o Estado de Rondônia, representa, 6,19% da área da região Norte, e 2,80% da superfície do Brasil.


Coordenadas Geográficas – Pontos Extremos do Estado de Rondônia.


Ao Norte, a confluência do Igarapé Maicy com o rio Madeira a 7°55’30”L S (Latitude Sul).


Ao Sul, a foz do rio Cabixi, no rio Guaporé a 13°41’30”L S.


A Leste, o Salto Joaquim Rios, no rio Iquê, a 59°50’49”L N W (Longitude Oeste).


A Oeste, a Passagem da linha Geodésica Cunha Gomes, no divisor de águas Abunã, Ituxi, a 66°15’00’’LNW.


Limites: Ao Norte, Nordeste e Noroeste, com o Estado do Amazonas.


Ao Leste e Sudeste com o Estado do Mato Grosso;


Ao Oeste com o Estado do Acre e a República da Bolívia;


Ao Sul e Sudeste com a República da Bolívia.



FUSO HORÁRIO



1- A hora varia quando varia a longitude. Logo, todos os locais situados no mesmo fuso terão a mesma hora. Vale observar que a hora de GREENWICH (GMT) é a hora padrão. A contagem das horas começa aí, sendo a base do horário legal, convencionado e adotado em todo mundo, desde os fins do século XIX.


2- Todos os locais situados a leste desse meridiano têm nora adiantada. Todos os locais situados a Oeste do Meridiano de GREENWICH têm hora atrasada em relação aos locais situados a leste.


3- O Estado de Rondônia fica no fuso horário de 04 (quatro) horas negativas em relação a hora de GREENWICH, isto é , a 60° Oeste do meridiano inicial que passa em Londres.


4- Hora lega de Rondônia em relação aos fusos horários do Brasil e a hora de GREENWICH.



O RELEVO DO ESTADO


O relevo é formado por 04(quatro) áreas geográficas distintas: Planície Amazônica, a Encosta Setentrional do Planalto Brasileiro, o Vale do Guaporé-Mamoré e Chapada dos Parecis-Pacaás Novos.


O relevo de Rondônia é formado por terrenos antigos ( Era Arqueozóica e Proterozóica). Existem ocorrência de áreas sedimentares mais recentes (Cenozóico), em partes da Planície Amazônica. A altitude do relevo em sia quase totalidade, situam-se acima de 100 metros do nível do mar. As maiores elevações encontram-se nas Serras dos Pacaás Novos e Parecis, atingindo altitudes superiores a 1000 metros acima do nível do mar.


1- A Planície Amazônica apresenta declive bastante suave dentro do Estado. Corresponde à faixa drenada pelo rio Madeira, prolongado-se na direção da calha do rio Amazonas. Apresenta-se na forma de baixoa platôs com altitudes médias de 100 a 200 metros. Constitui-se de sedimentos areno-argilosos em sua parte superficial e argiloso em profundidade. Encontra-se nesta área vegetação do tipo arbórea, herbácea e arbustiva, predominando as de grande porte com características típicas de floresta Equatorial, isto é, da Floresta Amazônica , apresentando aspectos bastante diversos de acordo com a área ocupada, dando, as vezes, a impressão de ser outra floresta. Algumas espécies caracteristicas Amazônica, apresentando aspectos bastante diversos de acordo com a área, dando, as vezes, a impressão de ser outra meta. Algumas espécies caracteristicas dessa floresta são: a castanheira, a samaumeira e o caucho, que normalmente se localizam nas terras firmas, isto é, nas áreas não sujeitas as inundações. Próximos ao leito dis ruis sujeitos as inundações periódicas aparece a mata de várzea. A mata de igapós nas áreas inundadas, as plantas típicas dos leitos fluviais, é a vitória-régia. A planície é uma superfície aplainada morfoclimática.


2- Encosta Setentrional do Planalto Brasileiro. é um acidente do relevo do Estado, sendo uma faixa de terreno arqueano, constituída de restos de uma superfície de aplainamentos rebaixada pelas sucessivas fases erosivas, surgindo rochas sedimentares e depósitos em consequência da erosão provocadas por violentas enxurradas ocorridas em períodos remotos, em decorrência do clima seco e por falta da cobertura florestal.


3- Chapada dos Parecis-Pacaás Novos. Ocupa a maior área do Estado. é a superfície cimeira parte superior da região, sendo originária de uma antiga área de deposição. Recebe várias denomicações locais como: Serra de São Francisco, Serra Nova, Serra de Vitória, entre outras. O ponto mais elevado do relevo é o Pico do Tracuá com 1.126 metros na altura na Chapada dos Pacaás Novos, no Município de Campo Novo ( Rondônia).


4- Vale do Guaporé-Mamoré. É uma vasta planície, constituída por terrenos baixos e alagadiços. É drenada pelas águas dos rios Guaporé e Mamoré e pelo baixo curso de seus afluentes.



TIPOS DE ROCHAS PREDOMINANTES


A rocha é um agregado natural formado de um ou mais minerais.


01- Magmáticas: Granito em Porto Velho, ao longo do Rio Madeira, trechos de Samuel, Ariquemes e Alto Candeias.


-Periodotito - Cacoal; -Cabro- Alvorada D'Oeste; -Quartzo Pórfiro- Porto Velho;


02- Sedimentares:


- Laterita Hidromórfica-Porto Velho; -Arcósia-Guajará - Mirim; Arenito- Vilhena e Ji - Paraná; -Dolomito-Espigão D'Oeste; -Conglomerado- Km 110 Porto Velho rumo Rio Branco.


03-Metamórficas:


- Chamoquito - Outro Preto D'Oeste.



BACIAS HIDROGRÁFICAS DOS ESTADO DE RONDÔNIA


"Bacia hidrográfica é toda área drenada por um rio principal e seus afluentes".

terça-feira, 18 de maio de 2010

02. Criação do Estado de Rondônia

Em 1958 ocorreu a descoberta e a exploração da cassiterita de Rondônia. Essa nova atividade econômica, a política de integração da Amazônia e a importância desse produto no mercado nacional e internacional, exigiram a construção da rodovia Brasília/Acre, a BR 364, originando novas frentes de ocupação próximo ao eixo da rodovia, exigindo a implantação dos projetos integrados de colonização do INCRA em 1970, atraindo para a região o fluxo migratório de colonos oriundos das regiões Centro-Sul do país dedicando-se a agricultura e pecuária.

A construção da rodovia BR 364, de integração nacional de escoamento da produção da cassiterita para os centros consumidores de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, deflagrou o maior movimento migratório interno registrado no país, das populações rurais das regiões Sul, Centro Oeste e Sudeste para Rondônia, resultando a formação de vários núcleos populacionais no interior da região central, dedicando-se à agricultura, pecuária, indústria madeireira e de beneficiamento de produtos agrícolas. Da ação do INCRA e do Governo do Território e de outras entidades dando condições estruturais físico-social-político-administrativo-econômico aos aglomerados populacionais surgidos, resulta na formação de núcleos urbanos como Vila de Rondônia (Ji-Paraná), Cacoal, Pimenta Bueno, Vilhena, Ariquemes e outros, foram elevados a categoria de município pelo desenvolvimento econômico e crescimento populacional.

O potencial econômico e o crescimento demográfico atingido pelo Território Federal de Rondônia deu-lhe as condições de ser elevado a categoria do Estado pela Lei Complementar n.° 41 de 22 de dezembro de 1981 pelo presindente João Batista de Figueredo, instalado em 04/01/82, tendo sido o seu primeiro governador, o Coronel Jorge Teixeira de Oliveira.

01. Processo histórico da colonização do Estado de Rondônia

Começou com a conquista da Amazônia nos séculos XVII e XVIII quando os padres jesuítas iniciaram os trabalhos de catequese, fundando uma povoação próxima à foz do rio Madeira, aldeia de Tupinambá (atual Parintins), com o objetivo de conquistar e colonizar a bacia deste rio, sendo que um dos primeiros desbravadores a dar notícias de seus habitantes e de seu pontencial econômico foi Antonio Raposo Tavares.

Em 1723, era fundada pelo pradre jesuíta João Sampayo a primeira povoação na margem direita do rio Madeira, dentro da área hoje limitada por Rondônia, nas proximidades da foz do rio Jamari. A parir daí, várias missões foram criadas a fim de proteger o Vale do Guaporé e conquistar a população indígena e torná-la aliada de Portugal afastando a pretenções dos espanhóis de ocupar este espaço.

Para garantir a Portugal a posse do Vale do Guaporé-Mamoré e a livre navegação fluvial dos seus rios, bem como afastar as pretenções dos espanhóis sobre a área, resolveu o governo português mandar construir um forte militar na margem direita di rio Guaporé na fronteira ocidental do Brasil com o Vice Reino do Peru.

Coube a missão ao Capitão General Dom Luiz Alburquerque de Melo Pereira e Cáceres, governador da capitania de Mato Grosso o qual tomou todas as providências, a fim de cumprir as ordens de D. José I, rei de Portugal.

O Real Forte Príncipe da Beira (1776-1783) fica localizado a 15 km da cidade de Costa Marques, às margens do rio Guaporé. É o mais antigo monumento histórico de Rondônia, tombado como patrimônio histórico em 30 de novembro de 1937. Possui 970 metros de perímetro, cercado por muralhas de 10 metros de altura.

Em decorrência da Exploração de ouro no vale do Alto Guaporé, das drogas do sertão no vale do Madeira, do Machado e do Jamari e do trabalho de catequese ao longo da segunda metade do século XVII até a primeira metade do século XIX, vários povoados surgiram tanto no vale do Guaporé, como no vale do Madeira, tais como Santo Antônio das Cachoeiras, Nossa Senhora da Boa Viagem do Salto Grande (Teotônio), Balsemão, São José às margens do rio Madeira. Conceição, Casa Redonda, Real Forte Príncipe da Beira, Vila Carlota, às margens do rio Guaporé, todos esse povoados situados na área limitada atualmente pelo Estado de Rondônia. Tornando-se essa região bastante conhecida, por ser a rota do abastecimento e de exportação de ouro dos arraiais auíferos dos rios Sararé, Galera e Corumbiara, afluentes do rio Guaporé formados por aventureiros vindos dos garimpos do rio Coxipó e Cuiabá.

A descoberta de jazidas auríferas pelos bandeirantes, no Alto Guaporé, acelerou o processo de migração com a instalação de núcleos populacionais, de arraiais de mineração e o estabelecimento de rota comercial de exportação de ouro e de abastecimento de sal etc.; entre os dois principais pólos de desenvolvimento da Amazônia, Vila Bela da Santíssima Trindade (MT) e Santa Maria de Belém do Pará, via rios Guaporé, Mamoré, Madeira, Amazonas e vice, versa.

A exaustão das jazidas auríferas, provocou o êxodo da população e o quase total abandono da região, voltando a ser repovoada a partir da segunda metade do século XIX (1860), com a chegada dos nordestinos, quedevido a seca migrou para a Amazônia e como seringueiros dedicaram-se à exploração das gomas elásticas, coletas de castanhas e de outros produtos silvestres amazônicos. Esses bravos colonizadores, a procura de Seringueira, penetravam pela floresta, organizavam os seringais, as estradas de seringa, as colocações, os barracões, o sistema de transporte interno, se apossando de terras pertencentes aos Estados do Amazonas e Mato Grosso, sendo essa posse irregular, posteriormente reconhecida pelos respectivos governos outorgando títulos de posse aos seus ocupantes.

A exploração da borracha foi a mola propulsora pra a definitiva ocupação da Bacia do Madeira, intensificou-se a navegação nos rios Madeira, Mamoré, Guaporé se seus afluentes. A região do Alto Rio Purús, Juruá e Javari, pertencentes as repúblicas da Bolívia e do Peru foi ocupada pelos seringueiros brasileiros e posteriormente anexada ao Brasil com denominação de Acre.

A fim de favorecer o escoamento da produção de borracha dos vales dos rios Guaporé, Mamoré e Madeira, bem como a do oriente boliviano e a necessidade de contornar o trecho encachoeirado dos rios Madeira-Mamoré, foi construída a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, em cumprimento ao artigo VII do Tratádo de Petrópolis, firmando entre o Brasil e a Bolívia em 17 de novembro de 1903, através do qual o Acre foi anexado ao Brasil, mediante o pagamento de dois milhões de libras esterlinas e a construção da citada ferrovia no trecho das cachoeiras do alto rio Madeira.

Com a construçaõ da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré no período de 1907 a 1912, deslocou os pólos de desenvolvimento econômico do Guaporé para o Madeira, surgindo os núcleos de Santo Antônio do Alto Madeira, Porto Velho e Guajará-Mirim.

A linha Telegráfica Mato Grosso-Amazonas construída pela comissão Rondon e a ferrovia empresa inglesa Madeira-Mamoré Railway consolidaram a ocupação e o povoamento da região provocando o surgimento de várias povoações e vilarejos, Porto Velho e Guajará-Mirim atingem os foros de cidades como sedes dos municípios com seus nomes, instalados na região em consequência das divisas geradas ao país e acúmulo de riquezas com a produção da borracha e ouro negro.

A partir de 1915 com a desvalorização da borracha no mercado internacional gera uma crise financeira e o estagnamento da região.

No período da Segunda Guerra Mundial, novo ciclo econômico ligado à valorização da borracha, matéria prima indispensável à indústria especialmente a bélica, em falta no mercado internacional forçando os Estados Unidos, Inglaterra e França recorreram à importação da borracha brasileira. Sua valorização mais uma vez é responsável pelo intenso fluxo migratório principalmente de nordestinos, recrutados com soldados da borracha, gerando um novo surto econômico e um promissor desenvolvimento, responsável pela elevação da região do Alto Madeira a categoria de Território Federal com a denominação de Guaporé, criado pelo decreto lei n.° 5812 de 13 de setembro de 1943, pelo Presidente da República Getúlio Vargas.

Em homenagem a Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, o nome do Território Federal do Guaporé, foi mudado para Rondônia através da lei n.° 21.731, de 17 de fevereiro de 1956.

Terminda a Segunda Guerra Mundial, começou a diminuir o interesse dos importadores pela borracha da Amazônia. Porém, o desenvolvimento da nova unidade federativa se mantém estável e se expande em 1958 com a descoberta de minério de estanho - Cassiterita na região. Essa atividade econômica e a política de integração da Amazônia, exigiram a construção da rodovia Brasília/Acre a Br 364, surgindo novas frentes de ocupação ao longo de seu percurso.